quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Vida Académica tem que se lhe diga….

Cair de pára-quedas num sítio completamente novo, conviver com desconhecidos, e tantas outras novas cenas… É como começar a vida do zero, é preciso perder a vergonha e falar com quem não se conhece de lado nenhum, é preciso saber se desenrascar sozinho, ter lata para aturar os veteranos e levar as coisas na boa para aguentar as praxes…

O que é certo é que se não fosse as praxes eu teria dificuldade na cidade nova, não teria as facilidades que os veteranos dão, seja com apontamentos e ajudas, não teria conhecido nem metade dos caloiros do meu ano nem tão pouco os veteranos, e muito menos teria conseguido me integrar na nova vida.

Os veteranos são chatos?? Sim, há quem não goste de certas e determinadas coisas, mas a vida não é só o que se gosta, e se um caloiro não aguenta uma brincadeira menos boa, então como é que vai sobreviver numa empresa em que as coisas são a serio?? Nas empresas não há praxe nem integração nem comissão de boas vindas, é se explorado, escravizado e, como se diz, SEM VASELINA!

A comissão de praxes é isso mesmo, uma pequena recepção, embora não pareça. É uma brincadeira que serve para integrar o jovem caloiro no novo mundo universitário.

Falando por mim, quando cheguei estava desamparada e desorientada.

Comer?? Onde???

Dormir onde, se não conheço nada??

Eu por acaso consegui um bom quarto facilmente, mas houve quem não o conseguisse nos primeiros dias de praxe. Mas foi misturado com muita gritaria, tanta cara feia de veteranos, e de tantos pulos de galo, que os veteranos conseguiram arranjar quartos e casa para quem não conseguia, fazer nos, conhecer-nos uns aos outros, mostrar-nos a cidade e seus locais “estratégicos”. No fundo ambientar-nos e fazer-nos sentir “parte da casa”.

Os veteranos são brutos??? São, mas se fossem mansinhos não conseguiam fazer nada de 100 a 200 caloiros.

Os veteranos são malucos?? São, mas é a essência da vida, levar as coisas numa boa para puder suportar as coisas más.

Os veteranos metem raiva?? Por vezes sim, mas só assim se consegue o companheirismo entre os caloiros, para depois no fim ver que o bicho não é tão feio assim.

Os veteranos são mauzões? Sim, mas estão ali por nós. Claro que também se divertem as nossas custas, mas é levar isso no bom sentido e o caloiro se divertir também.

Os veteranos fazem nos passar as passas do Algarve para podermos ganhar o Desfile Académico, mas no fim, quer se ganhe ou se perca, os veteranos são os primeiros a dar a mão à palmatória e a chorar por tudo ter acabado. Lembro me, que no meu ano perdemos o desfile, todos iam com tanto medo para baixo do telheiro (onde fomos praxados e onde ensaiamos para o desfile académico) à espera do raspanete e dos prometidos castigos. Mas depois do discurso todos choraram ao recordar os momentos que se passaram, porque nestas semanas de praxe e de preparação para o desfile muito se passa e muito há para contar, muitas recordações ficam.

Os jovens de hoje são muito pomposos, muito mariquinhas e muito cheios de “não me toques”. Os veteranos mandam e refilam mas deixam ir lavar as mãos antes do almoço! Os veteranos não obrigam a beber, apenas querem que o caloiro se solte, relaxe e se integre nos grupos e nas brincadeiras. Ali são todos iguais, é essa a filosofia que os veteranos tentam transmitir.

A mocidade de hoje não sabe viver, não sabe aproveitar o que de melhor tem a vida!!!

Só se é Caloiro uma vez!

É o melhor tempo de um estudante, e no fim, achamos que durou tão pouco.

Ass.: Zé Miklina

1 comentários:

Zé Malino disse...

Gostei Zé Miklina..
O melhor de cozinhar um prato é o prazer de o saborear... e olha que a vida de caloiro só se saboreia uma vez..., mesmo que se volte a sê-lo outra vez... é que não tem mesmo nada a ver... eu saboreei a minha a fundo, como muuuuuuuuuuuitos poucos o fizeram.. e olha digo-te, soube-me a pouco...
E hoje posso dizer e confirmar que realmente há quem não saiba aproveitar o que de melhor a vida tem, e qd se lembram de o fazer já é tarde.. e dpois qd querem remediar o erro... ah e tal.. não já é tarde...
Enfim já dizia um que eu cá conheço que "do espírito de sacrifício nasce o espírito de grupo", ao que eu acrescento... desse espírito de grupo nascem amizades, recordações e vivências incomparáveis, que nuncaem qualquer circunstância da vida poderão ter o significado e intensidade que tem naquelas alturas... e disse.. :P Um bem haja para todos o que vivem ou viveram todas as etapas das tradições acaddemicas (praxe, batismo, desfile, padrinhos e afilhados, imposição das insignias, lagrimas vertidas por amor.. lol... enfim..)
Take care guys...

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